NUCLEO
AGENDA
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Autismo é um disturbio do desenvolvimento
humano que bloqueia na criança a formação de vínculos e relações satisfatórias
de convívio com o meio.
Ela está tão dominada por seu mundo interno,
caótico e angustiado, que tem truncada a percepção da realidade externa.
E consequentemente elas são levadas a buscar segurança em um mundo próprio,
fantasiado e secreto.
É um conjunto de características e sintomas
definido por alterações comportamentais presentes e que são visíveis
na primeira infância, tipicamente por volta dos três anos de idade. Tal
conjunto, abrange a tríade do desenvolvimento: comunicação, interação social
e pensamento.
Por isso a necessidade de se fazer um diagnóstico
o quanto antes, para uma estimulação precoce mais intensa nas áreas atingidas,
bem como tentar desenvolver uma forma única de comunicar-se com a criança
e ou dependendo do caso uma forma padronizada.
É visto dentro de um espectro desde
casos mais leves aos mais severos. Existem também muitas sindromes correlatas
dentro deste espectro como: Sindrome de Angelman, Asperger, X frágil, Hiperlexia,
TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), Sindrome de Rett, Sindrome de Prader-Willi.
INCIDÊNCIA
O autismo incide igualmente em famílias de diferentes,
credos, raças e classes sociais.
Estima-se que a cada 1000 nascimentos em
todo o mundo, uma criança nasce autista.Pesquisa realizada em diferentes
partes do mundo por inúmeros pesquisadores. Fonte AMA/SP.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico, é feito por um profissional da área
médica e especializado. É baseado
no estudo dos comportamentos apresentados, bem como seu quadro clínico. Sendo feito precocemente pode-se iniciar
as condutas terapêuticas, tratamento educacional especializado e se
necessário de acordo com a avaliação médica, o uso de medicamentos psicofarmacológicos. Para se diagnosticar e avaliar a criança
autista, geralmente é usado o sistema da Classificação Internacional
das Doenças, da OMS (Organização Mundial da Saúde), CID 10 e o manual
de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana
de Autismo, DSM IV.
No Reino Unido de acordo com pesquisas
feitas pelo Dr.Cristopher Gilberg e colaboradores foi criada uma escala
com perguntas e respostas sim/não, usada dentro dos 18 meses de idade
sugeridas aos pais.
TRATAMENTO
Devido ao grande mistério que paira sobre a origem do Autismo e suas
causas de ordem multifatorial e multidimensional, não existe um tratamento
comum, portanto, inúmeras são as técnicas e condutas terapêuticas
utilizadas. Métodos como o Teacch, e o ABA, são os mais comuns, e
se aliados a uma conduta terapêutica maternal tornam-se ferramentas
importantes dentro do tratamento. Existem também outros modelos e
abordagens que são interessantes e podem ser levadas em consideração.
DIAGNÓSTICO
Qualquer abordagem sobre o tópico autismo infantil deve referenciar
os pioneiros Leo Kaner e Hans Asperger que, separadamente, publicaram
os primeiros trabalhos sobre esse transtorno. As publicações de Kanner
em 1943 e de Asperger em 1944 continham descrições detalhadas de casos
de autismo, e também ofereciam os primeiros esforços para explicar
teoricamente tal transtorno. Ambos acreditavam que desde o nascimento
havia um transtorno básico que originava problemas altamente característicos.
Parece uma coincidência notável o fato de que ambos escolheram a palavra
‘autista’ para caracterizar a natureza do transtorno em questão. Na
verdade, não é uma coincidência, uma vez que esse termo já tinha sido
apresentado pelo eminente psiquiatra Eugen Bleuler em 1911. Originalmente,
esse termo se referia a um transtorno básico em esquizofrenia (outro
termo lançado por Bleuler), mais especificamente, o estreitamento
do relacionamento com as pessoas e com o mundo exterior, um estreitamento
tão extremo que parecia excluir tudo, exceto a própria pessoa. Este
estreitamento poderia ser descrito como um afastamento da estrutura
de vida social para a individualidade. Daí as palavras ‘autista’ e
‘autismo’, originárias da palavra grega autos, que significa ‘próprio’.
Atualmente, elas são aplicadas quase que exclusivamente ao transtorno
de desenvolvimento que aqui chamamos de autismo, com a maiúsculo.
Prefiro usar o termo Autismo a usar ‘autismo infantil precoce’ ou
‘autismo infantil’, termos que contrastam com ‘autismo adulto’, e
podem erroneamente sugerir que possamos nos desenvolver e não mais
ser portadores do transtorno. Tanto Kanner, trabalhando em Baltimore,
quanto Asperger, trabalhando em Viena, notaram casos de crianças diferentes
que tinham em comum algumas características fascinantes. Acima de
tudo, as crianças pareciam incapazes de desenvolver um relacionamento
afetivo normal com as pessoas. Em contraste ao conceito de esquizofrenia
de Bleuler, o transtorno parecia existir desde o começo.
O artigo de Kanner tornou-se o mais citado em toda a literatura sobre
autismo, enquanto que o artigo de Asperger, escrito em alemão e publicado
durante a Segunda Guerra Mundial, foi largamente ignorado. Surgiu
uma crença de que Asperger descreveu um tipo bem diferente de criança,
que não devia ser confundido com o de Kanner. Esta crença não tem
fundamento, o que percebemos quando recorremos aos artigos originais.
A definição de autismo feita por Asperger ou, como ele a chamava,
‘psicopatologia autista’ é bem mais ampla que a de Kanner. Asperger
incluía casos que mostravam um dano orgânico severo e aqueles que
transitavam para a normalidade. Atualmente, o termo ‘síndrome de Asperger’
tende a ser reservado para as raras crianças autistas quase normais,
inteligentes e altamente verbais. Claramente, não era isso que Asperger
pretendia, mas essa categoria especial teve utilidade clínica. Atualmente,
a síndrome de Kanner é freqüentemente usada para indicar a criança
com uma constelação de aspectos clássicos ou ‘nucleares’, assemelhando-se,
em detalhes surpreendentes, às características que Kanner identificou
em sua primeira descrição inspirada. Novamente, a categoria é clinicamente
útil, pois transmite um padrão de protótipo.
Fonte: Páginas
7 e 8 de "Autism - Explaining the Enigma" (1989) de Uta Frith
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